FestMIMA 2025 (Português)
A primeira performance ao vivo oficial da Ruby & Rose aconteceu muito perto de onde tudo começou, no Riacho Fundo, DF. Aconteceu na primeira edição do FestMIMA, oficialmente o 1º Festival de Música, Inclusão e Meio Ambiente do Riacho Fundo 1.
Ruby & Rose foi uma dos 10 artistas e bandas finalistas selecionados por curadoria especializada para apresentação no dia 12 de abril, de uma lista de mais de 100 candidaturas. O evento, que teve financiamento do Fundo de Apoio à Cultura do DF, buscava valorizar os artistas Pessoas Com Deficiência, LGBTQIAP+, negros, mulheres, e indígenas do Distrito Federal, bem como conscientizar o público sobre questões relacionadas à preservação do meio ambiente. O Parque Ecológico do Riacho Fundo foi um palco excelente para essa finalidade, sendo um lugar onde a comunidade se reúne e tem contato com a natureza e cultura.
Admiro muito a organização desse evento, e acredito firmemente na sua importância. A diversidade cultural foi ampla e proporcionou muito valor de lazer ao público presente: teve exposição de arte, yoga, brinquedos para as crianças, campanhas de conscientização, e ações de preservação ambiental. Tudo era feito para acomodar todos os tipos de público, e a acessibilidade para pessoas com deficiência foi estabelecida de maneira exemplar. Entre uma apresentação e outra, teve sets da DJ Luiza Érre – que estreou a primeira versão de Float (She Doesn’t Know), que só seria lançada oficialmente mais de três meses depois – e apresentações do palhaço Gaubi Beijodo, o mestre de cerimônias. A lineup em si foi diversa, a prova da riqueza da cultura do Distrito Federal. Teve samba, MPB, hip hop, psicodelia, e até música infantil.
E, claro, com a Ruby & Rose, teve rock.
A apresentação foi acompanhada de Gustavo Albuquerque no baixo e de Chiva Lopes Flores na bateria e backing vocals. Essa encarnação em power trio permitiu um grande entrosamento e espontaneidade, com arranjos simples, eficientes, focando a composição. Musicalmente, admiro muito os envolvidos nessa formação. Foi uma performance e tanto. Foi aí, sobre o palco, que eu percebi o valor que a minha música tem na expressão da identidade. Cantar é ser, e o jeito que a gente canta é um reflexo de quem somos e no que acreditamos.
Gaubi Beijodo disse, ao nos apresentar para o público reunido no Parque Ecológico: “Vai ter distorção. E se vai ter distorção, vai ter inclusão”. Que, no final das contas, resume tudo muito bem. Não escolhi tocar rock à toa. Conheço muito bem a origem desse estilo e a sua história, mas conheço melhor ainda as emoções que ele faz sentir. A guitarra distorcida tem um jeito de conectar histórias parecidas e de fazer ouvir aqueles que não são ouvidos muito bem.
A lição no final do dia foi clara. Estou aqui. Goste, desgoste, não importa. Ignorar a minha existência não é mais uma opção.
Foto: Mariana Guedes
Foto: Mariana Guedes
Foto: Mariana Guedes
Foto: Mariana Guedes
Foto: Mariana Guedes
Foto: Divulgação FestMIMA